O IBGE acredita que a alta durante o mês de dezembro da inflação será de 0,65%. Ou seja, totalizam o equivalente de 9,98% nos últimos doze meses. O valor acumulado durante o mês de novembro estava em 10,7%. Os dados estão previstos para serem liberados ainda nesta manhã de terça-feira (11). Se o valor for confirmado, as taxas podem ser maiores que durante o ano de 2015.
Uma forma de controlar a desvalorização do dinheiro durante o ano de 2021 foi o aumento das taxas de juros para atrair investidores do exterior. Neste caso, a taxa Selic saiu de 2% ao ano para a faixa de 9,25%. E, para o ano de 2022, é previsto que a COPOM realize novas reuniões para aumentar esse número para dois dígitos.
Outro impacto que foi ocasionado diretamente pelo aumento da Selic foi a nova onda de valorização da renda fixa, que passou a ter rendimentos na faixa de 13% ao ano. O Tesouro Direto já conta com alternativas rendendo acima de 5% mais o IPCA.
Entenda a inflação alta com números
A inflação alta e a perda do poder aquisitivo dos brasileiros pode ser expressada através de números simples. Neste caso, suponha que tenha emprestado o valor de R$ 1 mil para um amigo durante o mês de novembro de 2020 e teve o valor devolvido no mesmo mês, em 2021. Neste caso, a perda do poder aquisitivo é a mesma taxa que o IPCA, cerca de 10,7%.
Ou seja, houve a perda de R$ 107 dos R$ 1000 que foi emprestado. Para que tivesse o valor de volta com o mesmo poder de compra que tinha há um ano atrás, o amigo teria que devolver o valor de R$ 1000 mais R$ 107. E isso não se trata de juros mas, sim, apenas de um reajuste.
Dependendo dos resultados que forem liberados nesta semana pelo IBGE, o Ibovespa pode ter uma queda ainda mais expressiva: o acumulado de desvalorização da bolsa de valores já está na faixa de 18% em apenas um ano. Um dos setores que mais estão sofrendo com as variações da economia é o de atacado, como é o caso do Magazine Luíza que já perdeu cerca de 73% de seu preço.